biologia 11

20061214

Universidade dos Açores identificou 108 novas algas

Uma investigação científica, realizada por docentes da Universidade dos Açores, identificou 108 novas algas em Santa Maria, sendo que duas delas poderão constituir uma novidade para o mundo científico, anunciou a coordenadora do estudo.
Ana Neto, que apresentouas conclusões do projecto PARQMAR desenvolvido na ilha de Santa Maria, adiantou que estão a decorrer os estudos de biologia molecular para determinar se a «Rosa da Pedra» e o «Esparguete do Mar» são ou não algas novas.
O projecto PARQMAR, financiado pelo INTERREG III-B, permitiu proceder à caracterização, ordenamento e gestão de áreas marinhas protegidas na Macaronésia, que agrupa os arquipélagos dos Açores, Madeira e Canárias.
Segundo foi explicado, estas duas novas algas permitem efectuar posteriores comparações anatómicas entre outras espécies já identificadas, contribuindo para «a compreensão de alguns mecanismos de evolução das comunidades costeiras existentes em Santa Maria».
Ana Neto alertou para a necessidade de se proceder a estudos específicos da dinâmica populacional de espécies de peixes, como a Veja e a Garoupa, dado que junto à costa foram encontrados apenas «peixes pequenos, que têm de crescer para se poderem reproduzir».
Neste âmbito, a investigadora propõe que as autoridades procedam à redução de algumas áreas actualmente protegidas, como por exemplo a costa norte da ilha, e a restrição total de pesca noutras para garantir os «ciclos de vida das espécies comerciais».
A secretária do Ambiente e do Mar anunciou, ainda, que será feito um esforço para concentrar num único diploma, a apresentar um Junho em Conselho de Governo, a nova cartografia com as áreas marinhas e terrestres das ilhas.

Estudo: alterações climáticas aceleram evolução das espécies

As rápidas alterações climáticas registadas nas últimas décadas estão a causar modificações genéticas em muitos animais, nomeadamente em esquilos, pássaros e insectos como os mosquitos, indica um estudo hoje publicado pela revista Science.
Em última instância, essas alterações climáticas poderão ter efeitos no número das populações desses animais, de acordo com o estudo.
Segundo os biólogos William Bradshaw e Christina Holzapfel, da Universidade de Oregon (Estados Unidos), as modificações genéticas observadas resultam mais de alterações sazonais do que da subida das temperaturas de Verão.
Sendo o aquecimento global mais rápido nas zonas mais próximas dos pólos, os períodos estivais tornaram-se maiores e os de Inverno menores, explicam os cientistas.
Nos últimos 40 anos, muitas espécies animais aproximaram-se dos pólos e as suas populações começaram a migrar, a desenvolver-se e a reproduzir-se mais cedo.
os estudos demonstram as rápidas alterações climáticas das últimas décadas desencadearam modificações genéticas e hereditárias nas populações animais.
Os animais pequenos, com um ciclo de vida curto e grandes populações adaptam-se provavelmente melhor a temporadas de crescimento maiores e podem sobreviver.
Todavia, as populações de grandes animais com ciclos de vida maiores e populações menores poderão sofrer um declínio.